sexta-feira, 17 de julho de 2009

Portugal Telecom anuncia mais investimentos da Vivo no Brasil

Foto: Zeinal Bava e Lula exibem camisas entregues pelo executivo da Portugal Telecom
O presidente da Portugal Telecom (PT), Zeinal Bava, disse ontem, durante um encontro com o presidente Lula, que a Vivo, operadora detida em partes iguais pela empresa portuguesa e pela Telefónica, vai investir este ano cerca de 2 milhões e seiscentos mil reais no Brasil, equivalentes a quase mil milhões de euros.
Com este investimento, somado ao ano anterior, a Vivo está investindo no Brasil cerca de R$ 5 milhões. "Isso é uma grande manifestação de confiança na economia", disse o executivo da PT.
Zeinal Bava frisou a Lula da Silva o interesse da PT em desenvolver, no Brasil, projetos sociais como os que o grupo tem atualmente em Portugal, onde o grupo tem sido pioneiro na massificação do acesso à banda larga e do acesso ao computador a todas as crianças que estão na escola. "Vim essencialmente reafirmar que toda essa capacidade, esse "know-how" e todo esse desenvolvimento que nós fazemos em Portugal, seria uma honra para nós colocar à disposição também aqui no Brasil", salientou.
Zeinal Bava ressaltou que o Brasil tem atualmente 49 milhões de estudantes e que a PT realizou, há cerca de seis meses, um projeto-piloto informático em Salvador para apoiar crianças carentes. O executivo se referiu também sobre a carga tributária na telefonia móvel de terceira geração como sendo "muito elevada", no Brasil, representando em torno de 44% das receitas de serviços. "Do nosso ponto de vista, a democratização do acesso à terceira geração ou à internet, por meio do telefone celular, tem que ser feita obrigatoriamente através de alguma redistribuição dessa carga tributária", disse.
Segundo Zeinal, é impossível colocar o Brasil na linha de frente no melhor que se faz no mundo em internet de banda larga e na penetração do computador sem tarifários mais atrativos para os consumidores. No final do encontro o presidente da PT ofereceu ao chefe de Estado brasileiro um par de camisas do jogador Cristiano Ronaldo - uma da Seleção Portuguesa e outra do Real Madrid - e uma terceira do ex-jogador Eusébio da Silva Ferreira.
Nota do Editor:
A Portugal Telecom não pode, nem deve, deixar “esfriar” seus negócios no mercado brasileiro, que é, sem a menor sombra de dúvida, o melhor e o maior negócio que o grupo tem, e a Vivo é o grande mascote que melhor projeta a imagem da PT no Brasil.
Para se ter uma idéia do tamanho desse negócio, é só exercitar um rápido raciocínio: Portugal tem (no máximo) uma população total de 12 milhões de habitantes – entre 10 e 12 milhões. O Brasil tem quase 200 milhões – geograficamente então, seria até uma perda de tempo fazermos algum comparativo. No Brasil a PT, através da Vivo, tem nada mais nada menos, que 40 milhões de clientes, sendo a maior operadora prestando serviço no país. Isto representa nada menos que (quase) quatro vezes mais do que a população inteira de Portugal. Sendo que só na cidade de São Paulo tem mais habitantes que Portugal inteiro. É um grande negócio ou não?
Imagina só se a Portugal Telecom não tivesse seus olhos todos voltados ao mercado brasileiro, seria uma burrice do tamanho do grupo, e Zeinal Bava sabe tão bem disso, que teve o cuidado de visitar e até presentear o presidente Lula para reforçar a presença ganhando (de quebra) divulgação gratuita na mídia – tudo em nome do bom mercado e da boa imagem da Vivo.
Mas nem tudo cai bem aos olhos. A Vivo está presente no mercado brasileiro, é a melhor operadora, tem tecnologia de ponta, tudo muito bonito. Mas o grupo não dá a menor bola para as inúmeras entidades lusas presentes no Brasil, especialmente em São Paulo (seu maior e melhor mercado). Aos portugueses então, nem pensar.

Associações portuguesas, veículos de comunicação, grupos ligados à cultura lusa, o folclore português, clubes sócios culturais, esportivos, como a Portuguesa de Desportos, por exemplo, - nada! São todos absolutamente ignorados pelo grupo (a exemplo dos outros grandes grupos portugueses presentes no Brasil), que tem um negócio e tem o maior interesse em seu negócio, e nada mais que isso.

Esta (creio) é a imagem mais negativa – de resto, e por tudo isso, tudo não passa do negócio, de comércio, que justifica a tal “confiança” na economia brasileira, porém representa muito mais confiança neste mercado terceiro mundista, barato para os padrões europeus e amplamente promissor.

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