quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Violência no Canindé

Conselheiros armados ameaçam jogadores da Lusa no vestiário

Treinador e um dos principais jogadores anunciam a saída do clube. Procurador Geral e Ministro dos Esportes repudiam acontecido.

Na noite de ontem, terça feira, após a derrota da Lusa para o Vila Nova em pleno Canindé (em partida válida pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro 2009), marcando a terceira derrota seguida da Portuguesa sob o comando de René Simões, dois conselheiros do clube, Antônio José Vaz Pinto (“Toninho da Divena”) e Vitor Manuel Macedo Diniz (“Vitinho”), acompanhados de dois homens armados (segundo se sabe, policiais trabalhando como seguranças), invadiram o vestiário da Portuguesa e ameaçaram os jogadores.

Alguns veículos de imprensa presentes no clube, tentaram conversar com o vice, Luís Iauca, que alegou que a Lusa tomará “providências necessárias”. O vice-presidente jurídico do clube, Giuseppe Fagotti, teria afirmado que os homens armados eram policiais militares da Rota e eram seguranças particulares do conselheiro Antônio José Vaz Pinto.
Nesta quarta feira, 26 de agosto, o clube emitiu um comunicado oficial através de sua assessoria de imprensa explicando os fatos. Conforme o documento, a Diretoria Executiva da Lusa garante que “em nenhum momento” o vestiário da equipe profissional foi invadido. Há a confirmação da entrada dos conselheiros ao vestiário, porém sem caracterização da referida “invasão”.
Tal atitude foi considerada “inaceitável e totalmente reprovável” pela diretoria, que tomará todas as medidas administrativas cabíveis contra o conselheiro, relatando os fatos ocorridos ao Presidente do Egrégio Conselho Deliberativo da instituição, que certamente tomará todas as medidas contra as atitudes relatadas, refere. A Lusa confirmou ainda, na manhã de hoje, que abrirá um Boletim de Ocorrência Policial de preservação de direitos.
Após esses acontecimentos, o treinador René Simões pediu demissão do cargo depois da confusão no vestiário. Com René no comando, a Lusa disputou três partidas e perdeu as três. Outro membro da equipe que também anunciou a saída foi o meia Edno, tido como um dos principais alvos da torcida pela má campanha da equipe na Série B. Ele foi um dos alvos dos conselheiros, que entraram acompanhados de policiais armados no vestiário lusitano.
Edno disse à imprensa que “não tem mais clima” para jogar na Portuguesa. “Para mim não dá mais. Não estou abandonando o clube, mas não dá para trabalhar assim com esta pressão da torcida, sempre me xingando e ameaçando. Não tenho nem cabeça nem clima para ficar na Portuguesa”, disse o atacante.
O jogador já despertou interesse de outros clubes como Corinthians, São Paulo e Palmeiras, mas as negociações não avançaram devido à alta multa rescisória do jogador. Mais precisamente R$ 38 milhões para clubes brasileiros e 40 milhões de euros para clubes de fora do país. O jogador demonstrou especial interesse pelo Parque São Jorge, disse que sonha em ter o apoio de torcidas de clubes grandes. Principalmente a do Corinthians.

“Nunca vi isso acontecer em um clube. A torcida só xinga. Quando está ganhando é fácil, quando está perdendo é que eu quero ver apoiar. Aqui em São Paulo temos o exemplo da torcida do Corinthians. Mesmo com o time perdendo, ela incentiva. Isto é o torcedor. Isso é que é bonito de ver. Agora com este aí não tem condição. Pra mim torcedor é aquele que o time perde ele tá junto e o time ganha ele também tá junto”, desabafou.

O procurador-geral do STJD, Paulo Schimidt, em entrevista ao programa do SporTV, disse que o clube corre risco de sofrer punições se for comprovado que houve falha na segurança do vestiário do Canindé. Já no programa Globo Esporte de hoje, o Ministro Orlando Silva repudiou este tipo de violência, disse que o caso é de polícia e tem que ser tratado como tal e que a Portuguesa tem a obrigação de levar o caso à polícia e apurar com rigor. Punição ao clube também não foi descartada.

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